Quando Manuela Dias, autora e consultora criativa da nova adaptação de Vale Tudo, revelou as mudanças que marcam o desfecho, o Brasil inteiro ficou de olho. A cena do assassinato de Odete Roitman (interpretada por Débora Bloch) será exibida em , mas o que realmente surpreendeu foi a possibilidade de a vilã ter fingido a própria morte.
A versão clássica, produzida pela TV Globo, terminou com Marco Aurélio (Reginaldo Faria) escapando do país, enquanto Leila (Cássia Kis) assassinava Odete sem jamais ser punida. Aquela conclusão simbolizava a impunidade que marcava o cenário político brasileiro da época.
Alguns dos pontos de ruptura são, no mínimo, impressionantes. Primeiro, Marco Aurélio agora é interpretado por Alexandre Nero e, ao contrário do original, ele e Leila (Carolina Dieckmann) são presos enquanto tentam fugir de Campo dos Afonsos, no Rio de Janeiro, transformado em pista clandestina para a sequência. O registro das algemas foi feito em .
Além disso, Heleninha Roitman descobre que seu irmão Leonardo (Guilherme Magon) está vivo, enquanto a detetive Celina (Malu Galli) enfrenta um confronto direto com Heleninha em , dois dias antes do último capítulo.
Em entrevista concedida ao Jornal da Globo, Taís Araújo confessou: “Fiquei chocada ao saber que Raquel teria um final tão diferente; imaginei que ainda estaria vendendo sanduíches na praia”. O próprio Alexandre Nero comentou que “a prisão foi um golpe de realidade que serve para o debate sobre impunidade”. Já Paolla Oliveira relatou que gravar a cena da prisão foi “emocionante e assustador”, pois jamais havia pensado seu personagem como detento.
Manuela Dias enfatiza que a intenção não é simplesmente chocar, mas refletir a “permanente sensação de impunidade que ainda paira sobre o Brasil”. Ao mostrar Marco Aurélio e Leila atrás das grades, a novela subverte o mito do escapista que historicamente escapou das consequências. O uso de tornozeleiras eletrônicas para Raquel, mesmo após o sucesso, também levanta questões sobre o peso da culpa coletiva.
Especialistas em mídia, como o professor Helena Freitas, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, apontam que “o remake traz um espelho mais fiel ao Brasil de 2025, onde escândalos de corrupção ainda geram debates acirrados”.
O capítulo final, programado para , promete fechar todas as linhas narrativas ao mesmo tempo que deixa portas abertas para possíveis spin‑offs. A produção já indica que pode haver uma continuação focada nos filhos de Raquel e Ivan, que agora carregam a “bênção e a maldição” da fortuna recém‑adquirida.
Enquanto isso, as redes sociais fervilham: trending #ValeTudoRemake, #HeleninhaPresa e #RoitmanVive dominam o Twitter brasileiro, mostrando que a novela ainda tem poder de mobilizar discussões públicas.
A escolha reflete a vontade de Manuela Dias de subverter a ideia de impunidade que marcou a versão de 1988, mostrando que, mesmo personagens poderosos, podem ser responsabilizados.
Sim. Na trama, duas digitais encontradas na arma do crime apontam para ela e para Celina, levando à sua prisão no capítulo de 15 de outubro.
Raquel conquista contratos milionários para a empresa Paladar, compra uma mansão luxuosa e se casa com Ivan, encerrando sua trajetória de luta com um final idílico.
Os roteiristas deixaram indícios de que a morte pode ser encenada, alimentando teorias de que ela retornará viva nos últimos capítulos.
O desfecho está marcado para , duas semanas após a confrontação final entre os suspeitos.
Escrito por Aliny Fernandes
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