Palmeiras empata em 0 a 0 com Cruzeiro e encerra sequência histórica em casa

Palmeiras empata em 0 a 0 com Cruzeiro e encerra sequência histórica em casa

Em um jogo que prometia gols e celebração, o Palmeiras empatou em 0 a 0 com o Cruzeiro no Allianz Parque, em São Paulo, no sábado, 26 de outubro de 2025. O resultado, aparentemente tímido, encerrou uma das maiores sequências da história do Brasileirão Série A: sete vitórias consecutivas em casa com 26 gols marcados — um recorde absoluto desde a era moderna do campeonato. Mas, como muitas vezes acontece no futebol, o que parecia uma vitória tranquila virou um alerta: o time não marcou, e o que era glória agora é dúvida.

Uma sequência histórica que terminou no silêncio

O Palmeiras chegava ao jogo com o moral elevado. Desde maio, não perdia em casa — e nem deixava de marcar. Sete jogos, 26 gols, média de 3,7 por partida. Incluía a goleada de 3 a 1 sobre o River Plate na Libertadores, que deixou a torcida sonhando com um título continental. Mas contra o Cruzeiro, tudo desmoronou. As bolas chegavam ao ataque, os cruzamentos de Andreas Pereira e Gustavo Gomes eram precisos, Victor Roque teve chances claras, Maurício quase abriu o placar com um cabeceio que passou por cima do travessão. Nada. O silêncio no estádio foi mais pesado que qualquer grito de protesto.

VAR e a polêmica que quase mudou o jogo

A partida teve um momento que gerou mais debate do que gols. No 32º minuto, o zagueiro do Cruzeiro, ao tentar um desarme, derrubou o atacante palmeirense com um deslize que o árbitro viu como falta. Mas o Comissão de Arbitragem da CBF analisou depois: o VAR sugeriu verificação por possível cartão vermelho, sob o Artigo 12 das regras da FIFA — que trata de faltas como chutes, empurrões ou tacles violentos. A decisão final? Apenas amarelo. O juiz entendeu que, embora o contato tenha sido duro, não houve “força excessiva”. A CBF confirmou, em nota oficial no domingo, que a decisão foi “dentro dos parâmetros de interpretação da regra”, mas reconheceu que “a situação gerou controvérsia por sua gravidade aparente”.

Um Cruzeiro que veio para resistir — e conseguiu

O Cruzeiro, que não vencia no Allianz Parque desde 2014, entrou com um esquema defensivo e organizado. O goleiro Carlos Miguel foi o herói do dia: fez cinco defesas decisivas, incluindo um bloqueio em chute de Victor Roque no segundo tempo, quando o Palmeiras pressionava com força. Sem estrelas, sem muita posse, o time mineiro se organizou em bloco baixo e contou com a sorte de o adversário não converter. “Fizemos o que precisávamos. Sabíamos que era difícil vencer aqui, mas um empate é um ponto de ouro”, disse o técnico Marcelo Oliveira após o jogo.

Palmeiras lidera, mas tem um problema de peso

Apesar do empate, o Palmeiras permaneceu na liderança do Brasileirão — com 61 pontos, dois à frente do São Paulo. Mas o que deveria ser motivo de comemoração virou preocupação. Nos confrontos contra os seis melhores da tabela (G6), o time tem o segundo pior aproveitamento da competição: apenas 11 pontos em 12 jogos. Contra times fora da zona de classificação para Libertadores, vence quase tudo. Mas quando enfrenta rivais de verdade? Vacila. E isso é um risco real na reta final do campeonato — e, mais ainda, na próxima semana, contra a LDU na Libertadores.

Transmissão acessível, mas o que importa é o jogo

Transmissão acessível, mas o que importa é o jogo

O jogo foi transmitido ao vivo por múltiplas plataformas: TNT Esportes no YouTube, Fanatiz, UOL Play e Jovem Pan Esportes, com narração de José Manoel de Barros. A diversidade de canais mostra como o futebol brasileiro se reinventou: o torcedor não precisa mais de TV por assinatura para ver o clássico. Mas, ironicamente, enquanto os vídeos rolavam em telas de celular, o estádio ficou em silêncio — sem gols, sem emoção, sem o que o público esperava.

Quem está em risco? E o que vem aí?

O empate não afeta a liderança, mas expõe uma fragilidade. O Palmeiras precisa marcar contra times fortes — e não apenas contra adversários mais fracos. Na Libertadores, o desafio é ainda maior: precisa virar um 3-0 contra a LDU, em Quito. Sem gols em casa, como vai fazer isso fora? Já o Cruzeiro, com o empate, se mantém na zona de classificação para a Sul-Americana, e pode até sonhar com a vaga direta se os resultados da rodada seguinte forem favoráveis.

Passado e presente: o histórico entre os dois

Desde 2006, o Palmeiras tem domínio absoluto no Allianz Parque contra o Cruzeiro: sete vitórias, cinco empates e apenas três derrotas. As últimas quatro partidas entre eles no estádio foram todas vitórias palmeirenses. A última vitória mineira aqui? Em 2014. Mais de dez anos. Mas o futebol não reconhece passado — só o que acontece agora. E agora, o Palmeiras perdeu o que tinha de mais valioso: sua eficiência em casa.

Frequently Asked Questions

Por que o empate 0 a 0 foi tão surpreendente para o Palmeiras?

O Palmeiras tinha uma sequência histórica de sete vitórias consecutivas em casa, marcando 26 gols — média de 3,7 por jogo. Nunca antes na era moderna do Brasileirão um time havia mantido tal rendimento em casa. Parar em 0 a 0, especialmente contra um time como o Cruzeiro, que não vencia ali desde 2014, foi uma quebra de padrão que expõe uma fragilidade: o time não sabe como desmontar defesas organizadas quando não tem ritmo.

O VAR realmente acertou ao não dar vermelho no lance da falta?

A CBF confirmou que a decisão foi técnica e dentro dos critérios da regra 12. O árbitro entendeu que o contato foi “reles”, não “excessivo”, o que justifica o amarelo. Mas a polêmica persiste porque a força do deslize foi visualmente impactante. Muitos especialistas, como o ex-árbitro Edson Silva, disseram que “o padrão de punição está ficando mais brandos”, o que pode incentivar faltas mais agressivas.

Como o resultado afeta a disputa da Libertadores?

O empate prejudica o Palmeiras na Libertadores. Com a falta de eficiência ofensiva em casa, a torcida teme que o time não consiga reverter o 3-0 contra a LDU no Equador. O time precisa de pelo menos quatro gols em Quito, e sem confiança no ataque, a missão se torna quase impossível. A pressão sobre o técnico e os atacantes aumenta drasticamente.

O Cruzeiro mereceu o empate?

Sim. O Cruzeiro jogou com disciplina tática, reduziu espaços e aproveitou os erros de finalização do Palmeiras. Não criou muitas chances, mas não errou. O goleiro Carlos Miguel foi decisivo, e o time soube administrar o resultado. Para um time que vinha de duas derrotas seguidas, o empate em São Paulo foi um resultado de ouro, que mantém o time na briga por vaga na Sul-Americana.

Qual é o maior risco para o Palmeiras na reta final do Brasileirão?

O maior risco é a incapacidade de vencer times do G6. O Palmeiras tem o segundo pior aproveitamento contra os seis melhores da tabela — apenas 11 pontos em 12 jogos. Isso significa que, mesmo liderando, o time não é confiável nos jogos decisivos. Se não melhorar esse índice, pode perder a liderança para São Paulo ou Flamengo nas rodadas finais, mesmo com mais pontos.

O que mudar no Palmeiras para voltar a marcar?

O time precisa de mais versatilidade no ataque. Victor Roque está bom, mas está muito isolado. A solução pode ser a entrada de Lucas Veríssimo como meio-campista ofensivo, ou a recuperação de Dudu, que ainda tem qualidade para criar espaços. O sistema atual é muito vertical, e os adversários já sabem como parar. É preciso mais movimentação, mais trocas de posição — e menos dependência de cruzamentos.