Traficantes apelidados de ‘Homens-Aranha’ escalaram contêineres marítimos para acessar cargueiros de cocaína, segundo reportagem exibida na Brasil Urgente na madrugada de 5 de outubro de 2025. O vídeo, gravado por Carlos Mota, mostrou criminosos subindo as laterais de dois contêineres no Porto de Santos, um dos maiores pontos de entrada de drogas no Brasil. A ação faz parte da Operação AranhaSão Paulo, coordenada pela Polícia Federal, que já suspeita de uma rede envolvendo até 30 miligramas de cocaína por contêiner.
O comércio internacional movimenta mais de 100 mil contêineres por dia no Porto de Santos, segundo dados da Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABTP). Historicamente, a rotas sul‑americana tem sido alvo de quadrilhas que manipulam a documentação ou se infiltram nas áreas de carga. Nos últimos cinco anos, apreensões de cocaína cresceram 27 %, conforme relatório da Polícia Federal de 2024.
Especialistas apontam que a pressão sobre rotas terrestres fez os traficantes migrar para o mar. Como explica o analista de segurança pública Marcos Vinícius Alves, "os criminosos estão buscando pontos vulneráveis nos terminais, onde a fiscalização ainda não acompanha a velocidade da operação logística".
Ao contrário de furtos tradicionais que requerem abrir portas de carga, os “Homens‑Aranha” utilizam equipamentos de escalada – cordas, grampos e sapatos com solado antiderrapante – para subir a lateral dos contêineres, que podem ter até 12 metros de altura. Uma vez no topo, eles quebram a tampa travada com ferramentas hidro‑aço.
“É quase um show de acrobacias”, comenta o ex‑policial e consultor de segurança Rafael Nogueira. “Eles treinam nas noites de sexta‑feira nos galpões, sob a aparência de trabalhadores portuários. Quando chegam ao porto, já sabem exatamente onde cortar”.
Segundo a investigação, a equipe costuma operar em duplas: um escalador e um vigia que controla a movimentação dos guardas. O tempo médio para abrir e fechar o contêiner varia entre 4 e 7 minutos, o que dificulta a detecção por câmeras de vigilância convencionais.
Na manhã de 5 de outubro, a Polícia Federal realizou duas apreensões no Porto de Santos, confiscando 45 kg de cocaína e prendendo quatro suspeitos. O delegado responsável, Adriano Pereira, afirmou que as prisões foram fruto de um “inteligência operacional” baseada em imagens de drones que monitoravam a movimentação dos contêineres.
O Ministério da Justiça divulgou que, a partir de agora, todos os terminais portuários deverão instalar sensores de vibração nas paredes externas dos contêineres, uma medida ainda em fase piloto. “Não podemos esperar que a tecnologia vá nos alcançar depois que o crime já aconteceu”, disse o secretário de Segurança Pública, Luís Fabiano.
Além do prejuízo financeiro – estimado em R$ 12,5 milhões por contêiner comprometido – o método traz riscos ao próprio meio‑ambiente portuário, já que a manipulação de contêineres pode causar danos estruturais nas áreas de carga, comprometendo a segurança dos trabalhadores.
O pesquisador da Universidade de São Paulo (USP), Fernanda Lima, alerta que “essa tática pode gerar uma onda de imitações, pois se mostrou eficaz e relativamente barata”. Ela recomenda que os portos adotem “câmeras térmicas e patrulhas noturnas treinadas em técnicas de combate ao alpinismo criminal”.
Já o presidente da Associação dos Operadores Portuários (AOP), Jorge Santos, afirma que a iniciativa do governo é “um passo na direção certa”, mas adverte que a implementação total pode levar até dois anos, devido ao custo de equipamentos e à necessidade de treinamento dos funcionários.
O Ministério da Justiça planeja ampliar a operação para outros portos estratégicos, como o de Paranaguá e o de Rio Grande. A ideia é criar uma rede de compartilhamento de imagens em tempo real entre as forças de segurança e as concessionárias portuárias.
Enquanto isso, a Polícia Federal recomenda que empresas de logística invistam em auditorias de segurança internas e reforcem o controle de acesso às áreas de carga, além de capacitar guardas para identificar comportamentos suspeitos – como carregadores usando equipamentos de escalada sem justificativa aparente.
Para a população, o alerta principal é que a entrada de drogas no país continua a evoluir, e a colaboração entre cidadãos e autoridades pode ser decisiva. O canal Brasil Urgente incentiva que quaisquer suspeitas sejam comunicadas imediatamente à Ouvidoria da Polícia Federal.
Eles utilizam equipamentos de escalada profissional – cordas, grampos e sapatos com solado antiderrapante – além de treinamento específico em áreas portuárias, onde praticam movimentos semelhantes aos de trabalhadores de manutenção.
Cada contêiner comprometido pode representar perdas de até R$ 12,5 milhões, sem contar os custos adicionais de reforço de segurança e os danos estruturais ao porto, o que eleva o preço de carga para importadores e consumidores.
O governo está instalando sensores de vibração nos contêineres, implantando câmeras térmicas e intensificando patrulhas noturnas. Além disso, há um plano de troca de informações em tempo real entre a Polícia Federal e as concessionárias portuárias.
A investigação está a cargo da Polícia Federal, liderada pelo delegado Adriano Pereira, com apoio da Marinha do Brasil e da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.
Denunciar qualquer atividade suspeita nas áreas portuárias à Ouvidoria da Polícia Federal, ficar atento a movimentações incomuns de trabalhadores e apoiar campanhas de conscientização sobre o tráfico de drogas.
Escrito por Aliny Fernandes
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