Skateboarder brasileiro quebra recorde mundial ao cair de prédio de 88 m em Porto Alegre

Skateboarder brasileiro quebra recorde mundial ao cair de prédio de 88 m em Porto Alegre

Um salto que virou história

Se alguém lhe contar que um homem de cinquenta anos se lançou de um prédio de quase noventa metros num skate, pode achar que é brincadeira. Mas foi exatamente o que Sandro Dias fez, mostrando que a dedicação supera a idade. O atleta, que já representa a Red Bull, comemorou hoje dois recorde mundial reconhecidos pelo Guinness: velocidade máxima de 103,8 km/h e a maior queda já registrada, 70 m, a partir de um rampo de 60 m.

A cena aconteceu no Centro Administrativo Fernando Ferrari (CAFF), em Porto Alegre, um edifício de 22 andares que virou lenda nas pistas de skate. Durante anos, skatistas viram o prédio como um mito inalcançável, que gerou memes, miniaturas de fingerboard e até um vídeo de humor no YouTube há 16 anos. Dias transformou essa história urbana em realidade, realizando um sonho que cultiva há mais de uma década.

O projeto, chamado Red Bull Building Drop, foi desenvolvido em parceria com a Prada Linea Rossa. A ideia foi criar a maior rampa do mundo, adaptando a lateral do CAFF para permitir a descida. Antes da sequência final, Dias já havia batido recordes menores durante treinos, alcançando 90,8 km/h com um salto cerca de seis metros mais baixo. Cada tentativa foi um degrau até o salto definitivo.

Preparação, sacrifício e o que vem depois

Preparação, sacrifício e o que vem depois

O caminho até acredibilidade não foi fácil. A equipe precisou fechar o prédio, instalar rampas de aço, garantir segurança e testar o impacto da velocidade nas superfícies. Dias escalou o edifício várias vezes, aumentando a altura a cada sessão e ajustando a postura no skate. Entre os momentos mais tensos, ele descreve o som da corrente de ar quando o vento bate no seu capacete, algo que o lembra de estar realmente voando.

Ao chegar ao topo, o atleta resumiu sua mensagem em poucas palavras: "Nunca desista dos seus sonhos. Esse projeto durou mais de 13 anos, mas a persistência nos trouxe aqui". O discurso ecoou nas redes sociais, inspirando jovens que veem no skate mais que um hobby, mas uma forma de testar seus próprios limites.

Com os dois recordes agora garantidos, Dias deixará um marco para a comunidade skate. Ele saiu da pista tradicional e mostrou que o esporte pode se reinventar, incorporando engenharia, criatividade e visão de futuro. A queda de 70 m ultrapassa o que os skatistas consideravam o máximo há poucos anos, enquanto a velocidade de 103,8 km/h coloca a prática em outro patamar de risco e habilidade.

O sucesso desse projeto também sinaliza oportunidades para patrocinadores e marcas que buscam inovações nos esportes radicais. A parceria com a Prada, por exemplo, trouxe design e tecnologia para uma ação que, de outra forma, poderia ficar restrita a um nicho.

Agora, os olhos se voltam para o que vem a seguir. Sandro Dias planeja usar a visibilidade conquistada para promover projetos sociais ligados ao skate, principalmente para jovens de comunidades carentes. Ele acredita que o esporte pode ser ferramenta de mudança, assim como o próprio salto mudou a percepção do que é possível.

O recorde ainda será revisitado nas próximas edições do Guinness, mas o que fica claro é que o skate ultrapassou um novo limite. Enquanto outros atletas tentam alcançar esses números, a história de Dias serve como lembrança de que o impossível pode ser reescrito, basta ter coragem e persistência.

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