Quando Lando Norris, piloto da McLaren bateu o relógio no GP da Holanda 2025Circuito de Zandvoort, ninguém ousava contestar a performance. O companheiro de equipe Oscar Piastri ficou logo atrás, enquanto o britânico George Russell da Mercedes também mostrou ritmo. Já a Ferrari, com Lewis Hamilton e Charles Leclerc, lutava nas posições finais. Até o atual campeão Max Verstappen da Red Bull não conseguiu subir ao pódio dos treinos.
O GP da Holanda costuma ser o ponto de virada da temporada, com o traçado de Zandvoort exigindo equilíbrio entre velocidade máxima nas retas e aderência nas curvas estreitas. Na última corrida em Monte Carlo, a McLaren terminou em quarto lugar, mas mostrou ritmo de ponta nas sessões de qualificação. Já a Ferrari chegou ao evento com duas corridas de resultados abaixo do esperado, enquanto a Red Bull buscava consolidar a liderança de Verstappen.
Especialistas previam um fim de semana apertado, sobretudo por causa da previsibilidade de chuvas leves que já molharam a pista nos treinos de Valência. Como dizem por aqui, "Zandvoort não perdoa quem chega desprevenido".
No primeiro dia (29 de agosto), Norris liderou o Treino Livre 1 com 1'09.372, a 0,318 s à frente de Fernando Alonso da Aston Martin. O segundo treino livre viu o britânico melhorar ainda mais, registrando 1'09.890 – tempo que colocou a McLaren duas posições à frente de qualquer concorrente.
O TL3, realizado na manhã de sábado (30 de agosto, 06h30 horário de Brasília), foi o ápice da dominância. Norris cravou 1'08.972 em 16 voltas; Piastri apareceu logo atrás com 1'09.214 (+0.242 s) e Russell completou o top‑3 com 1'09.858 (+0.886 s). O brasileiro Gabriel Bortoleto fez jus ao talento, fechando em 13º lugar com 1'10.361, superando seu companheiro da Haas, Nico Hülkenberg, que ficou em 16º.
Esses números deixaram os fãs de McLaren otimistas. "Se a gente mantiver esse ritmo, a qualificação pode ser um festival", comentou o engenheiro chefe da equipe, James Key, em entrevista pós‑treino.
O segundo treino livre foi interrompido por quatro ocorrências que, segundo analistas, podem alterar a estratégia das equipes. Primeiro, Lance Stroll (Aston Martin) colidiu na curva 3, batendo forte contra o muro de proteção. O impacto foi tão violento que o safety car foi acionado por 12 minutos. O canadense saiu ileso, mas a sessão perdeu tempo valioso.
Logo depois, Isack Hadjar (Racing Bulls) teve uma falha mecânica na curva 8, provocando o safety car virtual. Em seguida, Lewis Hamilton (Ferrari) tentou uma volta rápida e acabou entrando numa zona de alta velocidade com pouca aderência, resultando numa breve perda de tração que o fez abandonar a pista por alguns segundos.
Alexander Albon (Williams) completou a sequência ao somar uma pancada contra a barreira da curva 1, demandando outra bandeira vermelha. Por fim, um momento quase cômico ocorreu nos boxes: George Russell, ao deixar a sua garupa, colidiu levemente com a McLaren de Oscar Piastri que já estava entrando. Russell reclamou ao rádio: "O carro apareceu do nada!".
Esses episódios fizeram a FIA avaliar se a pista precisaria de mais drenos – ainda não há decisão, mas o assunto está circulando nos fóruns de engenheiros.
Após os treinos, Charles Leclerc transmitiu frustração pelo rádio: "Minha opinião é que devemos focar no que estamos fazendo agora. A gente está muito atrás, tipo, muito atrás." A Ferrari, que terminou o TL3 com Leclerc em 14º e Hamilton em 15º, prometeu ajustes de suspensão e mapeamento de motor para melhorar a aderência nas curvas mais técnicas.
Max Verstappen, embora satisfeito com o carro, reconheceu que a Red Bull ainda não encontrou o ritmo ideal para Zandvoort: "Ainda temos trabalho, mas a margem está lá, vamos explorar nos próximos dias".
A McLaren, por outro lado, recebeu elogios de comentaristas que destacaram a consistência dos dois pilotos. "Norris e Piastri mostraram que a nova configuração de aerodinâmica funciona muito bem nas curvas de alta carga lateral", analisou o ex‑piloto de Fórmula 1, Tarso Marques.
Com a qualificatória à porta, a expectativa é que a McLaren lute pela pole position, mas a disputa ainda pode envolver a Mercedes, que mostrou ritmo forte com Russell nas sessões finais. A Ferrari, apesar dos problemas, tem histórico de recuperação rápida nos últimos minutos de treino, o que pode levar a uma surpresa na classificação.
Os provedores de clima ainda apontam para possibilidade de chuvas esparsas no domingo. Se isso acontecer, estratégias de pneus intermediários podem ser decisivas – lembrando que a última corrida em condições mistas foi vencida por Verstappen em 2022.
Em resumo, o fim de semana em Zandvoort promete emoções à flor da pele, com a McLaren como favorita, mas com várias incógnitas que podem mudar o rumo da corrida a cada volta.
Norris mostrou que o carro da McLaren tem excelente aderência em Zandvoort, o que pode garantir uma boa largada e facilitar a defesa da posição no início da corrida. Historicamente, quem lidera o TL3 costuma ter vantagem na qualificação, aumentando as chances de alcançar o pódio.
A Aston Martin perdeu tempo valioso com o acidente de Lance Stroll, enquanto a Ferrari viu ambos os pilotos sofrerem nas últimas voltas, impactando seu ritmo. A Racing Bulls também ficou comprometida pela falha mecânica de Isack Hadjar.
Se houver chuva nas últimas horas de domingo, equipes que investiram em pneus intermediários ganham vantagem. A Red Bull costuma adaptar rapidamente sua estratégia, enquanto a McLaren precisará equilibrar velocidade e segurança nas zonas de alta carga lateral.
Com George Russell registrando um tempo competitivo no TL3, a Mercedes está pronta para desafiar a McLaren. Se a pista ficar mais úmida, a experiência de Russell pode ser o diferencial para reverter a vantagem inicial da McLaren.
Bortoleto superou o companheiro Nico Hülkenberg, mostrando que o carro da Haas tem potencial de evolução. Um bom resultado no fim de semana pode atrair mais patrocínios e melhorar a moral da equipe para as próximas corridas.
Escrito por Aliny Fernandes
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