Se alguém te contou que vai precisar de amputação retal, é natural sentir medo e dúvidas. Esse tipo de cirurgia costuma ser mais raro que outros procedimentos digestivos, mas quando é indicada pode salvar vidas e melhorar a saúde a longo prazo. Vamos conversar de forma direta sobre quando ela acontece, como é feita e o que fazer depois para voltar ao seu dia a dia.
A amputação retal, também chamada de proctocolectomia total, costuma ser recomendada em situações graves como câncer avançado no reto, doença inflamatória de intestino (Doença de Crohn ou colite ulcerativa) que não responde a medicamentos, ou complicações graves como fístulas persistentes. Nesses casos, o médico avalia exames de imagem, colonoscopia e biópsias para confirmar que remover o reto é a melhor alternativa.
Nem todo paciente com câncer retal precisa da cirurgia total; às vezes, a remoção parcial ou a radioterapia podem ser suficientes. Mas quando o tumor envolve toda a parede do reto ou há risco de disseminação, a amputação completa garante margens limpas e diminui a chance de recidiva.
Depois da cirurgia, o paciente fica alguns dias na unidade de terapia intensiva ou enfermaria para monitoramento. A dor é controlada com analgesia e, logo nos primeiros dias, inicia‑se a alimentação leve, geralmente líquidos claros, avançando para alimentos pastosos conforme tolerância.
A parte mais desafiadora costuma ser o ajuste ao novo modo de evacuação. Existem duas opções principais: o íleo anal (uma espécie de bolsa interna que recolhe fezes) ou a criação de uma bolsa externa (estoma). Cada escolha tem prós e contras, e o cirurgião explica detalhadamente qual se encaixa melhor no seu estilo de vida.
Durante as primeiras semanas, é essencial seguir as orientações de higiene do estoma, observar sinais de infecção e manter consultas regulares com a equipe de enfermagem. Exercícios leves, como caminhadas curtas, ajudam a melhorar a circulação e prevenir complicações como trombose.
A recuperação completa costuma levar de três a seis meses. Nesse período, muitos pacientes retomam atividades normais, embora alguns precisem adaptar certos hábitos, como evitar levantar objetos muito pesados ou períodos prolongados sentado.
Além do aspecto físico, o apoio psicológico é fundamental. Sentir-se confortável para conversar com amigos, família ou grupos de apoio ajuda a lidar com a mudança de imagem corporal e a ansiedade que pode surgir.
Se você ou alguém próximo está passando por essa situação, procure entender todas as opções, tire dúvidas com o cirurgião e siga à risca as recomendações pós‑operatórias. Com informação e apoio adequado, a amputação retal deixa de ser um pesadelo e passa a ser um passo importante rumo à saúde plena.
Quer saber mais sobre nutrição adequada, cuidados com o estoma ou exercícios seguros durante a recuperação? Fique de olho nas próximas publicações aqui no GoPy Notícias, onde trazemos dicas práticas e entrevistas com especialistas que realmente entendem do assunto.
A cantora Preta Gil compartilhou sua experiência de amputação retal durante o tratamento de câncer colorretal, destacando a importância de falar abertamente sobre questões de saúde para combater o estigma. Entrevista realizada no programa Fantástico.
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