Quando João Fonseca, tenista brasileiro de 19 anos, recebeu a confirmação de que será cabeça de chave no ATP 250 de Bruxelas, a expectativa sobe.
O sorteio, feito neste sábado, 11 de outubro de 2025, em Bruxelas, Bélgica, colocou o jovem contra van de Zandschulp, holandês classificado 84º no ranking da ATP. O duelo será na terça‑feira, 14 de outubro, às 14h30 (horário de Brasília), na quadra central indoor.
Além da disputa em si, a partida tem transmissão ao vivo exclusiva pelo Disney+ no Brasil, o que garante ainda mais visibilidade ao tenista que acabou de assumir o posto de sétimo cabeça de chave depois da retirada de Frances Tiafoe, então 28º do mundo.
Fonseca, nascido no Rio de Janeiro, chegou a 43º no ranking da ATP em setembro de 2025 – embora diferentes fontes indiquem variações entre 42º e 45º. Na temporada atual soma 21 vitórias e 14 derrotas em torneios de elite, e um impressionante recorde de 10 vitórias em 11 partidas no Challenger, consolidando‑se como o 9º melhor brasileiro da história do ranking ATP, segundo a ESPN Brasil.
Antes de Bruxelas, o último grande palco foi o US Open 2025, onde caiu na terceira rodada. Desde então, conquistou duas vitórias pela Copa Davis contra a Grécia e participou da Laver Cup pelo Time Mundo.
O ATP 250 de Bruxelas 2025Bruxelas marca a primeira edição do torneio na capital belga, após nove edições em Antuérpia. O calendário vai de 12 a 19 de outubro, com partidas em quadras duras indoor.
O holandês van de Zandschulp chegou ao topo da sua carreira em 2022 (22º no ranking) e ganhou notoriedade ao eliminar o número 1 do mundo, Carlos Alcaraz, na segunda fase do US Open 2024. Os dois já se enfrentaram: na Copa Davis de 2024, Fonseca venceu por 6/4 e 7/6(7) em um tie‑break épico.
Se o brasileiro avançar, a segunda rodada reserva um duelo contra Pedro Martínez, espanhol classificado 73º. Nas quartas de final, os nomes mais temidos já estão alinhados: Félix Auger‑Aliassime (13º), Alejandro Davidovich Fokina (20º) ou Lorenzo Musetti (9º). Cada um deles já garantiu presença nas oitavas de final.
O feito de Fonseca tem peso histórico: o último sul‑americano a alcançar finais em Bruxelas foi o argentino Diego Schwartzman, vice‑campeão em 2016, 2017 e 2021. O jejum de títulos em torneios ATP 500 ou Masters 1000 ainda é maior – o último sul‑americano a levantar um título de Masters 1000 foi David Nalbandian, em Paris 2007.
Analistas da Globo Esporte apontam que, se Fonseca quebrar esse padrão, pode abrir caminho para uma nova geração de jogadores brasileiros e argentinos nas quadras europeias de final de temporada.
Após a decisão de pular a temporada asiática deste ano, Fonseca está focado no Masters 1000 de Paris, que acontecerá em novembro. O ATP 250 de Bruxelas serve, portanto, como preparação essencial para o grande desafio europeu.
“Estou confiante, mas não subestimo ninguém”, afirmou Fonseca em entrevista ao UOL TenisBrasil. “Van de Zandschulp é um adversário difícil, mas nossa vitória na Davis Cup me dá confiança”.
Enquanto os fãs aguardam o desfecho da primeira partida, a torcida brasileira já visualiza um futuro onde o nome de Fonseca conste ao lado dos grandes da década.
Um avanço até as quartas de final garantiria ao brasileiro entre 70 e 90 pontos, o que poderia elevar sua posição para cerca de 38º‑40º, aproximando‑lo ainda mais da faixa dos top‑30 e melhorando a semente em próximos torneios.
Além de Auger‑Aliassime, Musetti e Davidovich Fokina, o holandês Botic van de Zandschulp recebe elogios por sua vitória sobre Alcaraz em 2024. O título ainda parece aberto, sobretudo com a desistência de Frances Tiafoe.
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Desde a era Schwartzman, nenhum sul‑americano chegou às finais. Uma vitória poderia romper um hiato de quase uma década, inspirando jovens da região a almejar o circuito europeu de fim de temporada.
O próximo grande desafio será o Masters 1000 de Paris, que ocorre em novembro. O desempenho em Bruxelas servirá como termômetro físico e mental para enfrentar a elite mundial naquele evento.
Escrito por Aliny Fernandes
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